domingo, 27 de fevereiro de 2011

Desconhecido



Vou ao cinema para me divertir (rir), refletir, me emocionar e às vezes para simplesmente deixar a vida passar... Os filmes de ação e de terror não são meus preferidos, porém adoro um filme de suspense, gosto de me sentir desafiada.
O filme Desconhecido não chegou a me desafiar, mas conseguiu prender minha atenção até o final. É muito bem produzido, tem um ritmo interessante, boas locações de Berlim e o notável Liam Neeson como protagonista. É sobre a história de um cientista americano que vai participar de um congresso na Alemanha e sofre um acidente de carro. Fica em coma por quatro dias e quando acorda tem outra pessoa se fazendo passar por ele e com a anuência de sua esposa. E tem mais, ele começa a ser perseguido por assassinos e recebe ajuda da verdadeiramente alemã Diane Kruger. Claro que tem as perseguições de carro que eu acho uma chatice, mas fazem parte do protocolo de filmes de ação. Recomendo como entretenimento.
Tenho alguns veneninhos para destilar: por que será que um ator da categoria de Liam Neeson que tem a Lista de Schindler (está na minha lista de filmes preferidos) , Os Miseráveis , Michael Collins- O Preço da Liberdade, entre tantos outros bons filmes no currículo, resolveu aos quase 60 anos virar ator de filmes de ação? É o terceiro filme consecutivo que faz deste gênero. E a outra pergunta é sobre o final do filme Desconhecido: TCE (Traumatismo Crânio-Encefálico) melhora o caráter? Até onde eu sei não é bem assim...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

"Drogas Tô Fora"


Infelizmente o verdadeiro cinéfilo, às vezes consome porcaria. É muito difícil se autodeterminar e não entrar no cinema para assistir alguns filmes. Está acima da razão!
Dito isso, admito que assisti os filmes abaixo criticados. Mas, que sirva de alerta para os mais determinados.





Besouro Verde: estou com tanta preguiça dessa onda verde...
Foi constrangedor ver o ator do calibre de Christoph Waltz, de Bastardos Inglórios (nesse link está minha cena preferida do filme) proferir diálogos patéticos. Durante os primeiros quinze minutos de filme, até pensei que poderia me divertir. No entanto, estava redondamente enganada. Não foi possível tirar nenhum proveito dessa historinha de super-herói. O único proveito foi ficar admirada de ver o quanto o ator que personifica o besouro, Seth Rogen, emagreceu. Parece até outra pessoa. Será que besouro tem que ser magro?




Bruna Surfistinha: é eu fui ver... Afinal de contas no post anterior eu estava defendendo produções nacionais.
Bom, o filme é ótimo para quem quer ver a Deborah Secco "in natura", latim para peladona. O desempenho estético dela é excelente, já o desempenho artístico deixa a desejar (sem trocadilho).
A história é ridícula e o ponto emocional mais alto do filme (foto) é ela revelar para um cliente especial: "meu nome verdadeiro é Raquel". Socorro!
Para os mais desavisados, o filme trata da história de uma adolescente de classe média que sai da casa dos pais para se tornar garota de programa.
O único elogio que faço ao filme é sobre a atuação da competente Drica Moraes. Está ótima no papel de cafetina.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Lixo Extraordinário

Para onde vai o lixo?




Lixo Extraordinário é um documentário de Vick Muniz, artista plástico brasileiro, radicado no exterior (Nova York), portanto é um filme brasileiro feito em parceria com o Reino Unido. Foi indicado ao Oscar de melhor documentário.
Estou enfatizando brasileiro porque temos o costume de não valorizar as produções nacionais, visto que o filme já saiu de cartaz e antes de ser retirado do circuito, estava sendo exibido somente em uma sala e apenas em um horário.
Qual é o critério utilizado para saber se um filme "merece" ser exibido em larga escala? Eu sei que a indústria cinematográfica movimenta bilhões de dólares e que os critérios de distribuição das fitas são complexos (financeiros), mas estou indignada com o descaso nacional pela obra de arte que é o Lixo Extraordinário.
Feito o desabafo... O filme transforma lixo em arte, porém o mais importante do filme é que pela arte ele transforma as pessoas.
Atualmente Vick Muniz é um dos artistas brasileiros com mais prestígio no exterior. É conhecido por produzir fotografias que reproduzem imagens artísticas usando materiais inusitados como açúcar, chocolate, lixo, diamantes, poeira e outros. Além deste currículo, ele é um ser iluminado. Somente pessoas iluminadas saem da sua zona de conforto para ajudar o próximo.
Lixo Extraordinário é a história deste artista plástico que teve a idéia de trabalhar junto com a comunidade do aterro do Jardim Gramacho- RJ (um dos maiores aterros sanitários do mundo) promovendo arte, beleza, através do lixo, ou melhor, material reciclável. A idéia original do documentário era essa, mas o resultado foi outro: o resultado transcende a beleza da arte, o resultado é a possibilidade concreta que podemos melhorar o mundo.
Fiquei extremamente emocionada, sensibilizada pelo filme e profundamente constrangida pelo meu lixo...

Obs: Lixo Extraordinário teve 1/3 da produção feita pelo Brasil e 2/3 feita pelo Reino Unido e quando um filme é indicado ao Oscar, o que conta é o produtor marjoritário. E daí? A maior parte do filme foi rodada no Brasil e retrata nossa pobreza.
Vick Muniz se aproveitou da miséria alheia para se promover? Acho isso irrelevante.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Inverno da Alma



A surpresa do meu final de semana


Entrei no cinema sem saber direto do que se tratava o filme e tive uma grata surpresa.
O Inverno da Alma não é um filme hollywoodiano, não é comercial. É o tipo de filme que a maioria não gosta por achar que não tem "ação". Mas, mesmo sem "ação" uma das sequências finais do filme, me deixou taquicárdica como há muito tempo não ficava no cinema.
O filme é sobre a história de uma adolescente de 17 anos que está à procura do pai e se ele não comparecer a uma audiência judicial, ela e sua família (dois irmãos menores e a mãe que é doente mental) perderão a casa onde moram.
A história que se segue a partir daí é repleta de coragem, determinação, dor, decepção, solidariedade e um gigantesco amor pela família.
O Inverno da Alma é o retrato perfeito de que às vezes não existe o caminho do meio, mas somente o certo e o errado. Se eu pudesse, daria o título de Bravura Indômita ao Inverno da Alma!

Obs: um dos atores do filme (John Hawkes) é a cara do Paulo Miklos (Titãs), sério mesmo, confiram.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei


Gostar ou não de um filme é algo muito pessoal, subjetivo, depende da sua história de vida e de seu humor no dia. Mesmo levando em conta essas variáveis, eu já sabia que iria gostar muito de "O Discurso do Rei", antes de vê-lo. Explico: adoro o Colin Firth ele é uma estrela de primeira grandeza, mas durante muitos anos fez filmes que não deixavam seu brilho se expandir. Com exceção do belo e comovente "Direito de Amar" (A Single Man, 2009) de Tom Ford. E desde que Geoffrey Rush ganhou em 1997 o Oscar de melhor ator por "Shine", eu acompanho seus trabalhos. Colocar, exatamente, esses dois grandes atores em cena, para mim, tinha tudo para dar certo e deu!
"O Discurso do Rei" retrata a biografia do gago Rei George VI (Colin Firth) que mesmo a contragosto tem que assumir o trono inglês. Ele conta com a ajuda do "terapeuta da fala" Lionel (Geoffrey Rush). O filme trata de superação, determinação, confiança e amizade. E tem também o que mais gosto dos ingleses: humor sutilmente sarcástico.
O Rei tem que anunciar para a população que o país entrará em guerra contra a Alemanha, mas a única batalha que ele realmente precisa vencer é a das palavras.
A beleza final do filme é paradoxal porque o domínio das palavras do discurso passa a ser mais importante do que seu conteúdo mórbido.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Bravura Indômita


Bravura Indômita: os irmãos Coen sabem escalar bons elencos e a prova disso é a escolha da jovem Hailee Steinfeld interpretando a indômita Mattie Ross. O filme traz a volta do gênero western a Hollywood e tem algumas curiosidades. Como por exemplo, ver o Jeff Bridges interpretando um papel que foi de John Wayne (o único Oscar que ele ganhou foi pela filmagem de Bravura Indômita) e ele não faz feio, mas nunca pensei que o Jeff Bridges pudesse substituir o John Wayne... Eu sei que a intenção dos irmãos Coen não era de uma refilmagem, mas é inevitável a comparação com o primeiro filme da adaptação da obra literária de Charles Portis (1968).
Na verdade estou protelando para falar o que realmente achei do filme. Ele como todo até que funciona, tem diálogos irônicos (que é a marca registrada dos Coen), mas no quesito vingança, que é o tema principal do filme,  não tem passionalidade, muito pelo contrário, ele sugere sentimentos inverossímeis. Resumindo: a bravura é indômita, mas o motivo pareceu superficial. Porém, no quesito amizade o filme atinge seu objetivo. Os três personagens principais do filme (Hailee, Bridges e Matt Damon) engatam uma parceria fundada na vingança e no dinheiro que se transforma no decorrer da trama em um singelo laço de carinho e profunda admiração.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Em Cartaz

Cisne Negro: Natalie Portman faz jus a indicação ao Oscar, está incrível e nada a separa do prêmio. Mas devo avisar, o filme trata de psicopatologia. Estejam preparados.

Minhas Mães e Meu Pai: adorei! É um filme moderno, com diálogos inteligentes e criativos. Enfoca novas realidades e reinventa o conceito de família, tentando mudar a visão “tradicional” de pai, mãe e filhos. Diversão garantida. 

O Vencedor: baseado em fatos reais, é um filme extremamente passional, o protagonista luta para ser reconhecido pela família e para ter seu nome consagrado pelo boxe. Devo dizer que não gosto do ator Christian Bale, mas seu excelente desempenho (como o irmão viciado em crack - do protagonista Mark Wahlberg) deve ser reconhecido.

Biutiful”: arrisco a dizer que essa foi a melhor atuação de Javier Bardem até hoje. Superou sua atuação em Mar Adentro. Porém, o filme é de uma tristeza desconcertante e até desnecessária.


Além da Vida: apesar das críticas negativas, gostei muito do filme. Clint Eastwood não perdeu a "mão" de diretor, o filme é sensível, emocionante e conta três histórias de VIDA. É isso mesmo, o filme fala de vida, de como sobreviver as adversidades  e não da morte.
E falando em Eastwood... Revi esta semana, As Pontes de Madison (1995), e fiquei novamente arrebatada pelo filme. Com certeza é um dos meus filmes preferidos, tem a direção e atuação de Eastwood e a sempre espetacular Meryl Streep. É um filme tão tocante... Como bem disse o Léo Jaime na semana retrasada no Saia Justa (GNT) : "para sacanagem tem que ter regra, para o amor não". E As Pontes de Madison trata do mais puro amor!


Caça às Bruxas: pura besteira. Começei a gostar do Nicolas Cage quando ele fez Despedida em Las Vegas (1995).  Neste filme o protagonista (Cage) decide beber em Vegas até morrer. Bom, voltando às Bruxas... O que aconteceu com o Nicolas Cage é que de 2004 para cá foi ladeira abaixo, junto com  o seu cabelo. Ele é tipo Sansão, a medida que perde o cabelo, perde também a sua capacidade de atuar e de recusar filmes ruins. É uma pena.


Entrando numa Fria maior ainda com a Família: devo admitir que dei algumas risadas. É sempre estimulante ver bons atores em cena, mesmo que a história seja uma sequência de clichês. Mas, para minha surpresa o terceiro filme da saga dos "Fockers" é melhor que o segundo.


O Turista: muita calma nessa hora... Sei que irei desagradar a maioria, mas a proposta é de ser sincera, então vamos lá: também pura besteira! Descobri o final do filme nos primeiros cinco minutos, aí não teve mais graça. Não posso ser injusta com a caprichada produção, figurino e fotografia impecáveis (Veneza ao fundo sempre é uma boa idéia). Mas, a Angelina Jolie se auto promoveu ao posto de DIVA e acha que não precisa mais falar! Ela tem pouquíssimos diálogos e a sua atuação se resume em aparecer na telona bela e elegante (isso ela consegue fazer muito bem). Com essa decisão do diretor de ocupar toda a tela com a beleza da Angelina, ele fez desaparecer o magnífico Johnny Depp. Como isso é possível? Nem dá para acreditar que é o mesmo diretor do merecidamente premiado "A Vida dos Outros". No futuro dedicarei um post a esse filme. 
Realmente acho a beleza da Angelina Jolie hipnotizante e o talento do Depp excepcional, mas não houve química.


As Viagens de Gulliver: nunca durmo no cinema, acho quase um sacrilégio. Eu dormi nesse filme. Não preciso falar mais nada.


Enrolados: a nova e competente produção da Disney é exemplo de concorrência direta com os estúdios Pixar (principalmente agora, com Toy Story 3 indicado ao Oscar de Melhor Filme e fortíssimo candidato a levar o prêmio de Melhor Animação). A onda 3D está prometendo revolucionar a maneira de ver filmes e está levando cada vez mais pessoas ao cinema (Disney e Pixar não vão deixar essa oportunidade passar em branco). Dito isso, Enrolados dá uma nova roupagem (além de novas e extensas madeixas) ao clássico "Rapunzel" e faz isso com muito humor e ritmo. Minha única crítica é a "participação acústica" de Luciano Huck, que dá voz ao charmoso bandido Flynn Ryder. Quero deixar bem claro minha admiração pelo apresentador (realmente acho que ele é do bem), mas por ele ter uma personalidade forte e voz marcante, não consegui separar o global de seu personagem animado.


O Amor e Outras Drogas: pelo título fica parecendo que o amor é uma das drogas abordadas pelo filme. Mas, esse não é o mote da trama, muito pelo contrário, trata-se de uma bela história de amor. Jake Gyllenhaal e Anne Hathaway já tinham trabalhado juntos em "O Segredo de Brokeback Mountain" e a liga dos dois realmente é muito boa. Gyllenhaal conseguiu me emocionar na cena em que quase teve um ataque de pânico ao falar "eu te amo" pela primeira vez. Recomendo.