segunda-feira, 25 de julho de 2011

Assalto ao Banco Central


Não sei porque alguns críticos de cinema são tão ácidos quando vão comentar filmes nacionais e tão condescendentes com filmes americanos. É claro que os americanos possuem técnicas cinematográficas de ponta e orçamentos mais generosos, mas nós temos tanta criatividade...
Acho que o cinema nacional ainda está engatinhando, mas tem tudo para dar certo. O exemplo disso é o filme "Assalto ao Banco Central" que tem um elenco talentoso (Lima Duarte, Giulia Gam, Tonico Pereira entre outros) e como diretor o veterano global  e estreante no cinema, Marcos Paulo.
O filme narra como foi o maior assalto ao Banco Central (mais de 160 milhões roubados por um túnel) e como os bandidos foram presos. Em uma frase eu contei o filme e com essa mesma simplicidade ele foi rodado. Isso não é necessariamente ruim, existe beleza no simples. O que os críticos reclamaram do filme foi o que eu mais gostei: seu humor. Pelo tema do filme poderíamos esperar algum suspense ou ação, mas isso não existe. Encontraremos alguma violência e muito bom humor. Um humor típico do brasileiro, um tanto estereotipado, mas genuinamente brasileiro.
O diretor Marcos Paulo está com câncer no esôfago e foi internado várias vezes durante as filmagens. Acredito que paradoxalmente ao que ele está vivendo, ele fez um filme leve. Talvez ele tenha usado a mesma leveza que precisamos para viver melhor.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Quebrando o Tabu


É um documentário que tem como âncora o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e aborda como os principais chefes e ex-chefes de nações mundiais (EUA, Holanda, Portugal, México, Suíça e Bolívia) lidam com o tráfico e consumo de drogas. O filme conta com a participação de Bill Clinton, Jimmy Carter, Paulo Coelho e Drauzio Varella (tem minha profunda admiração).
FHC defende a descriminalização somente da maconha (descriminalizar não é legalizar). Descriminalizar é deixar de ser crime o uso de algumas drogas, uso doentio, uso caracterizado pela dependência química=doença. E doença é tratada por médicos e não pela polícia! Legalizar é quando o estado passa a permitir e regular o comércio, como é feito com o álcool e cigarro. FHC não é a favor do uso de drogas, só é a favor da discussão. Segundo ele: "Só quem é burro não muda de opinião diante de fatos novos. Eu não tinha consciência da gravidade dessa questão das drogas e do que ela significava como tenho hoje. E, no Brasil, a consciência média na época era de que isso se resolvia com ação policial. Mas, nada funcionou. E eu não vi tudo isso. Errei."
Concluindo, o filme é excelente, extremamente inteligente, leva ao esclarecimento e a reflexão do assunto abordado. O diretor Fernando Grostein Andrade é um jovem rapaz bastante promissor!